domingo, 13 de dezembro de 2009

A notícia

No hospital, eu, os jornalistas Plínio Rodrigues, Ivany Soares, Vivian Avellar e outros amigos que foram chegando procurávamos saber informações e preparar a doce D. Elídia, mãe do Edu, para a triste notícia. Edu é filho único e responsável pela família. Seu pai, Sr. Benedito tem uma das pernas amputadas e vive numa cama. É Edu quem sustenta e cuida dos pais com dedicação total.

Foi uma dificuldade até encontrar D. Elídia que chegou ao Hospital à noite. Conversamos com ela, dando a notícia aos poucos. Ela ficou firme, mas enquanto ouvia, esfregava nervosamente as mãos uma na outra. Pouco tempo depois me pediu o celular para avisar uma amiga da igreja. Afastada, chorou ao telefone. Depois o devolveu e disse: Ele vai sair dessa, vai sim!

O acidente

Era terça-feira dia 17 de novembro. Edu estava animado, pois participaria de mais uma de suas coletivas com artistas da TV. Foi ao SBT pela Revista Alpha News acompanhado com o fotógrafo. Participou da coletiva mas depois começou a passar mal. Estava agitado, com dores de cabeça e transpirava. Pensou que fosse algo relacionado à diabetes, talvez um sintoma de baixa glicose no organismo.

Não, não era.

Edu desmaiou e foi encaminhado ao Pronto Socorro do SBT. Depois foi levado ao Hospital Antônio Giglio em Osasco onde o diagnosticaram com Acidente Vascular Cerebral (AVC)e ele estaria em coma, em estado "grave, gravíssimo".

Esta notícia caiu como uma guilhotina para todos nós. Corremos para o hospital para saber notícias, desesperados, confusos e profundamente tristes com o acontecimento.

A véspera

Estávamos todos na correria, como sempre. Nosso círculo de amigos, quase todos jornalistas, também. Liguei para o Edu, tentando convencê-lo a ir ao teatro conosco, assistir ao espetáculo de dança "Cisne Negro". Ele me disse estar exausto, pois um dia antes teria ido à uma coletiva de imprensa e ainda estava na revista, trabalhando.

Ah, vamos Edu! insisti.

Ele sorriu, com aquele jeito sedutor. Disse que talvez fosse pra casa dormir um pouco, iria decidir mais tarde.

Me encontrei com a jornalista Vivian Avellar e fomos ao teatro Municipal de Osasco. Ficamos na fila cansadas e famintas mas também sedentas por arte. Olhavamos no relógio e nada do Edu. Consegui reservar dois convites, embora soubesse, secretamente, que ele não nunca precisava de ingressos para assistir qualquer espetáculo de arte. Era sempre é o convidado especial.

No início do espetáculo ele chegou. Atrasado, esbaforido e sorridente. Nos cumprimentou um beijo como sempre carinhoso. Mas mal tivemos tempo de conversar. Estávamos eu, as advogadas Aurélida Cândido (minha sogra)e Dani Yogui, os jornalistas Plínio Rodrigues e Vivian Avellar, seu marido e poeta Moa Cerqueira e nosso prezado articulista de cultura Edu Dias.

No final do espetáculo estávamos todos literalmente exaustos. Não pela apresentação, que fora belíssima. Mas pela dura rotina que nos engole, não víamos a hora de cair na cama. Edu ainda insistiu para irmos à um Café. Recusamos, exceto Plínio, que teve o privilégio de acompanhá-lo em mais uma de suas deliciosas filosofias. Fomos embora: "Fica para próxima Edu"

A intenção

Edu sempre quis escrever um blog. Mas, por falta de oportunidade, pela correria e até por desconhecimento das ferramentas, tem adiado esta deliciosa descoberta.

Para facilitar seus caminhos, eis-me aqui. Sou uma blogueira incorrigível e com um número considerável de iniciantes blogueiros, modéstia à parte, incentivados por mim, às vezes às chicotadas, rs.

Mas este blog é especial. Ele irá registrar toda a fase de recuperação do nosso querido amigo Edu, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral)que desde dia 17 de novembro esta na UTI do Hospital Anônio Giglio, em Osasco,

Este espaço é de todos, participem.

E tenho certeza que, muito em breve, este blog estará sob o comando de quem o pertence: meu amigo-irmão Eduardo Dias.